Imagina só: você está curtindo sua session em um lugar paradisíaco, cheio de vida, natureza, animais e… bitucas! Que corta brisa, né? Aparentemente inofensivas, as pontas de cigarro (do careta ou não) são um baita problema ecológico. Se não descartadas corretamente, poluem os solos, mares e rios e prejudicam a flora e a fauna.
O tamanho do problema
Para se ter uma ideia, uma única bituca pode comprometer significativamente a qualidade de quase 70 litros de água do mar, de acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo. Duas pontas descartadas incorretamente, por sua vez, contaminam o equivalente a um litro de esgoto doméstico.
Durante a ação Fevereiro Verde deste ano, coletamos o impressionante número de 10.500 bitucas de praias do litoral brasileiro. Além disso, recolhemos, entre eventos, como o Carnaval de Salvador e do Rio de Janeiro, a Intercannabis, e coletas em pontos de venda parceiros, mais 13.347 bitucas, o que equivale a 5.539 quilos de resíduos, que foram destinados para a reciclagem, em parceria com a Poiato — uma iniciativa, infelizmente, ainda não amplamente disseminada. Imagina o estrago que essas milhares de pontas fariam ao meio ambiente?
As bitucas, principais poluentes de praias e oceanos, na frente até do plástico, contêm vários químicos tóxicos, cujos resíduos foram encontrados em cerca de 70% das aves marinhas e 30% das tartarugas marinhas, de acordo com um relatório da ONG Cigarette Butt Pollution. Isso sem falar no risco de sufocamento de animais que ingerem as pontas pensando ser alimento.
Não custa nada!
Além de todas as razões pelas quais o descarte incorreto de bitucas é extremamente prejudicial ao meio ambiente, uma simples mudança de atitude contribui para resolver (ou melhor, não piorar) este problema: basta levar consigo uma bituqueira ou qualquer recipiente fechado para guardar as pontas em locais onde não há lixo. Depois, o ideal é descartá-las como rejeitos (no lixinho de banheiro, por exemplo). Ações individuais não são suficientes para salvar o planeta, é claro, mas se cada fumante se responsabilizasse por suas pontas, seria possível reduzir riscos ecológicos relacionados ao descarte incorreto de bitucas.
O planeta é a nossa casa
É inconcebível imaginar uma casa cheia de pontas espalhadas pelo chão, né? Então por que seria tolerável espalhar sujeira nas ruas, praias, cachoeiras e campos que abrigam a vida na Terra? Uma vez que a gente entende o planeta como nossa casa, fica mais fácil preservar os espaços públicos onde coabitam pessoas, animais, insetos, microrganismos e plantas.
Bora cuidar da nossa morada?